Ninguém pára os piratas?

O site sueco The Pirate Bay continua a rir na cara de… bom, toda a gente, na verdade. Parece sempre que vai acabar. Mas cá continua… mais firme que nunca.

O Partido Pirata sueco, que até tem 2 lugares no parlamento e é já terceira maior força politica da Suécia, decidiu dar casa ao serviço gratuito de distribuição digital (usado maioritariamente para fins ilegais). Existe também uma filial portuguesa.

« Cansámos-nos do jogo do gato e rato que Hollywood tem jogado com o Pirate Bay, por isso decidimos oferecer largura de banda ao site. Está na altura de segurar o boi pelos cornos e insurgirmos-nos a favor do que consideramos ser uma actividade legitima.», disse Rick Falkvinge, membro do partido.

Pirataria já foi a principal responsável pela disseminação da Gripe A

Já o pessoal do The Pirate Bay, deixou no seu blog uma mensagem na linha do seu habitual sentido de humor:

«PLZ LEARN: TPB CANT BE SHUT DOWN

LOL!

AS U MITE HAS READ OR NOTICD, PEEPS ONCE AGAIN R TRYIN 2 SHUT US DOWN. DIS WILL NOT SUCCED, LOL. OURS RLY NICE WEBHOST WUZ THREATEND WIF RLY HUGE FINE, SO WE DECIDD 2 MOOV TEH SIET SO DAT THEY DIDNT GOT INTO TROUBLE, LOL. TEH DECISHUN 2 MOOV WUZ TAKEN BY US, TEH PIRATE BAY, LOL.

TEH PIRATE BAY IZ AN UNSINKABLE SHIP. IT WILL SAIL TEH INTERWEBS 4 AS LONG AS WE WANTS IT 2. REMEMBR DAT, K THX.

TPB, ONLY IN IT 4 TEH LULZ SINCE 2003»

A combinação das letras negrito assume a forma de um insulto mais directo.

Relembro que os 4 gestores do The Pirate Bay foram condenados, em 2009,  a 1 ano de prisão e  a pagar uma multa entre eles de mais de 3 milhões de euros.  No entanto, o quarteto recorreu, acusando o juiz de basear a sua sentença em interesses políticos, e continua à aguardar novo veredicto. De notar que a legitimidade do site nunca esteve em julgamento, mas sim os 4 jovens, acusados de facilitar o acesso a conteúdos ilegais.

Sou só eu que acho este argumento ridículo? Isto é o melhor que os melhores especialistas em direito conseguem arranjar? Uma sentença baseada em intenções, em boa ou má “onda”?

Por esta lógica de ideia temos de começar por processar quem faz computadores, sistemas operativos, todos os produtores de browsers de Internet e os nossos fornecedores de Internet. HP, Microsoft, Apple, Google, Sapo, Meo, Zon, e centenas de outras empresas, cuidado! Vocês estão a compactuar com quem descarrega conteúdos de forma ilegal!

Ao inventar o sistema peer to peer a miudagem descobriu um buraco na lei há anos, e em vez de se estar a tentar resolver o problema estruturalmente, continua-se a tapar buracos com argumentos destes. HÁ ANOS!

São apenas “miúdos” a serem miúdos, a desafiarem os “adultos” e a f%$#em tudo simplesmente porque podem. E enquanto os adultos não levarem o problema a sério, os miúdos continuarão a poder. Não vale a pena chorar, formar ou pedir com jeitinho porque fazer maldades, em especial maldades fáceis de fazer e com tanto retorno para quem faz o mal, como a partilha ilegal de ficheiros proporciona, faz parte de ser puto, e de ser Humano.

«Malditos piratas sempre a – Ooooh, que gatinho tão fofinhoooo!»

Já perdi a esperança nas gerações mais velhas que a minha. Simplesmente não têm capacidade para perceber os novos paradigmas e não sabem fazer mais nada que não seja queixarem-se.

Terão que ser os mais novos a resolver isto. O Partido Pirata e a organização Electronic Frontier Foundation são já sinais de reacção no sentido certo. Esperemos.

Gráfico altamente cientifico sobre os destinos do dinheiro que agora, por culpa da pirataria, alguém já não ganha

Mas porque é que o velho não morre?

Os clubes de video iam matar as salas de cinema… a TV ia matar a Rádio, a Internet ia matar a Rádio, a TV e as revistas em papel… e o iPad vai matar todos estes meios e ainda o PC.

No entanto cá estamos, em 2010, com todos estes suportes vivos e a coexistir. Independentemente da crise que um ou outro possa estar a atravessar, eles continuam todos cá. Não se mataram uns aos outros como os pessimistas preveriam. A razão? Servem propósitos diferentes.

De um lado temos as experiências que nos guiam: a TV, o Cinema, a Rádio e as Revistas/livros…

Do outro as experiências que temos de ser nós a guiar: o aluguer/dowload de um filme/série TV, a criação de playslists de Mp3 num leitor ou em sites de streaming, o clicar e viajar por sites em busca de informação…

É verdade que o ser humano adora criar – fazer coisas com as suas próprias mãos. As ultimas décadas são uma explosão de Do It Yourself, mas isso não quer dizer que tenhamos sempre disposição para estar a criar e a personalizar. Por vezes só nos queremos refastelar e não ter de pensar para lá do suficiente para entender o que os nosso olhos e ouvidos estão a receber. Por vezes não nos apetece fazer escolhas. Por vezes nem sequer temos a capacidade de fazer as melhores escolhas para nós, e sabemos disso. Por vezes queremos ser mimados.

E é nessas alturas que compramos revistas e livros, que ligamos o rádio, que vamos passear ao cinema, ou que vemos filmes na TV – em especial ao domingo, quando a ressaca não permite fazer mais do que estar deitado no sofá a ser entretido. A ser guiado.

Os formatos e plataformas costumam “morrer” quando surge algo novo que faz o mesmo (ou melhor) de forma mais prática (vinil vs CD vs MP3 vs audio streaming, por exemplo), e esse não é o caso. Pelo menos para já. Mas mesmo o CD, que apresenta inúmeras vantagens sobre o disco vinil,  nunca matou realmente o vinil, tal como os amplificadores digitais nunca mataram os “valvulados”, porque existem características físicas que o digital simplesmente ainda não consegue substituir.

E será que algum dia conseguirá? Já há exemplos de que sim. O Mp3 é mais prático e pode ser codificado de forma a atingir a qualidade sonora de um CD. Logo o CD deverá morrer. O mesmo se passa com o VHS. O formato digital HD  apresenta vantagens a todos os níveis em relação às velhinhas cassetes de vídeo. Logo, o VHS morre.

Da mesma forma, quando a Música e Video de alta qualidade estiverem totalmente disponíveis via stream directo da Internet, os seus pares físicos deixam de fazer sentido. Excluindo os coleccionadores, quem vai querer uma prateleira cheia de caixas de CDs e DVDs quando pode ter isso e muito mais armazenado num disco rígido, ou, num futuro próximo, no seu “disco” virtual (na Cloud).

A decadência geral dos formatos que se tem vindo a verificar, tem mais a ver com quantidade do que com qualidade. É que agora há muito mais coisas a disputar a nossa atenção, nomeadamente todas as experiências já referidas. Enquanto antes uma viagem de comboio ou avião era acompanhada de um livro, jornal, revista ou walkman, agora pode ser acompanhada por PCs e DVDs portáteis, leitores de mp4, consolas portáteis, consulta de emails e surf de internet em geral. A escolha aumentou.

Há formatos que não vão morrer. Simplesmente nunca mais serão tão populares como foram em tempos.

Prevejo que as revistas e jornais em papel, por exemplo, nunca desapareçam, mas se tornem em objectos caros de produzir e por isso caros para o consumidor. Só os comprará quem tiver dinheiro para isso e vontade de ler artigos de fundo de alta qualidade. As noticias e restante informação dependente de actualidade – e que não requeira os melhores e mais caros jornalistas do mundo para ser feita – será gratuita online, como já se vai verificando.

Net para o povo e Papel para os ricos.

Este é apenas um pequeno artigo, obviamente incompleto, escrito de um jorro só. Cada tema aqui apresentado tem sumo suficiente para encher livros inteiros.

Gostaria de o completar com as vossas opiniões. O que acham de tudo isto?

Internet is for Porn

 

 

«A Associação da Indústria de Entretenimento para Adultos norte-americana diz que as vendas de DVD de filmes pornográficos já desceram um terço devido à contrafacção dos filmes e aos sites de pornografia gratuita na internet», diz o jornal i.

Em resposta, algumas pornstars decidiram unir-se na gravação de um vídeo a apelar… à carteira dos consumidores.

Mais um exemplo de inadaptação ao evoluir dos tempos.

A implacável proliferação do download ilegal mudou por completo as regras do jogo e esse nem é  sequer o único responsável pelas alegadas quebras de vendas.

Já o disse muitas vezes e volto a repetir: existem produtos pelos quais nunca mais será possível voltar a cobrar dinheiro.

O tradicional formato de filme pornográfico é um desses casos. É um paradigma ultrapassado.

À esquerda: Festa da mangueira

hoje em dia as pessoas preferem outro tipo de interacção com os profissionais da pornografia. Este é o 42º site mais visitado do mundo.

E depois existe pornografia gratuita para todos os gostos e fetiches. Este é o 53º site mais visitado do mundo, mas existem muitos outros do género.

São particularmente populares porque, parafraseando um colega meu, «permite sacar a pila para fora e despachar a coisa em 5 minutos». De facto… convenhamos que, para o homem, o acto de masturbação não é propriamente uma saída com jantar romântico a dois…

E nem sequer vou falar do quão irónico é a malta da indústria pornográfica vir dar lições de moral e ética….

Quando as tendências mudam, não vale a pena chorar. Pode e deve-se continuar a regular e a proibir ilegalidades, mas isso nunca será suficiente. Adaptação, adaptação, adaptação. Or starvation….

O futuro é o 3D

Se a vida real fosse mais como a internet…

Clica na imagem se fores pitosga – http://www.salon.com

Escândalo: 5 milhões de pessoas não sabe sacar músicas de borla

Se as revistas de gadgets podem… eu também posso. «A banda trata-me como se eu fosse apenas mais um gajo como eles. Falam muito sobre partes do corpo…»

Pode parecer estranho mas   “I’ve Gotta Feeling”, dos Black Eyed Peas, é a música mais vendida de sempre digitalmente (o que até faz sentido se pensarmos que esta é a banda mais vendida de sempre haha..ha…ha…ha… -_- ).

Segundo o site Nielsen Soundscan – que monitoriza as transacções de vários sites de venda de música -, “I’ve Gotta Feeling”, já foi comprado mais de 5.5 milhões de vezes.

Supondo que cada compra foi feita por uma pessoa diferente chegamos, à assustadora conclusão que dá título a este post: ainda há muita gente que não sabe sacar músicas de borla.

Onde já se viu pagar por aquilo que se consome? Assustador…

Momento de génio

Os “bons velhos tempos” só são bons mesmo como memória. ainda bem que não se pode voltar a atrás…

Toca-me se queres que eu fique maior

O AUTOR

Acho a tua falta de fé nas corporações perturbadora…

… dirá a Google se vos apanha a fazer mais piadas de 1 de Abril sobre energia nuclear.

A Internet do futuro pode vir a ser uma espécie de extensão do Facebook, mas então e o resto do mundo onde vivemos?

Video giro, perfeito para quem gosta de uma boa teoria da conspiração. É claro que se disserem a alguém que vos mostrei isto, nego tudo.

Cliquem no play, vejam até ao fim, e que a força esteja convosco.

The Writings On The Wall

Depois de ver este vídeo, dificilmente se pode dizer que a imprensa não sabia o que aí vinha…

Simplificar e conquistar

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Há 20 anos, imaginar como seria a vida no longínquo ano 2000 era quase como visionar um filme de ficção científica. Do alto dos nossos sete anos, eu e os meus amigos fantasiávamos sobre carros voadores, telefones móveis, videojogos com um grafismo fotorrealista e toda uma quantidade de coisas para nós fantásticas e então irrealizáveis. Actualmente os carros ainda circulam no alcatrão, mas o mercado do entretenimento cresceu de uma forma impressionante, materializando hoje alguns dos nossos sonhos de criança. Desde Leitores de DVD a consolas de jogos e leitores de música e vídeo – todos portáteis -, existe agora uma abundância incrível de produtos multimédia que apregoam ser “o melhor”, enquanto apontam orgulhosamente para a sua tecnologia de ponta.

Mas gizar produtos que realmente cativem o grande público é um talento detido apenas por alguns. O problema de muitos fabricantes é não compreenderem que o consumidor em geral não tem tempo ou simplesmente não está interessado em aprender a utilizar as suas geniais invenções. A Apple sabe disso. O seu iPod não é apenas um leitor de música e vídeo. É um produto com um aspecto cool, com uma interface prática e intuitiva e, acima de tudo, suportado por toda uma estrutura igualmente eficaz que, por exemplo, transforma a compra e organização de ficheiros de música e não só num labor acessível a qualquer QI. O próprio Windows deve muito do seu sucesso ao facto de ter tido isso em consideração, sendo um sistema operativo que “ensina” os seus utilizadores sem que eles se apercebam disso.

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Cientes do enorme potencial económico dessa vertente “extra-jogos”, os fabricantes de consolas decidiram adaptar os seus produtos de forma a apelar não só ao seu público-alvo do costume (os jogadores), mas também a novos clientes. A Xbox 360, da Microsoft, foi elaborada de forma a operar como uma máquina de jogos e como um centro doméstico de entretenimento digital. Já a Nintendo e a sua Revolution [hoje conhecida como Wii] deverá apostar quase tudo nos jogadores casuais e nos tais consumidores que nem sequer sabem distinguir uma Xbox de uma PlayStation. Se for tudo o que parece, a Revolution contará com inúmeros party games (uma moda popularizada pela PlayStation 2) que nem sequer requererão a, para muitos difícil, adaptação a um gamepad tradicional. O manuseamento do invulgar controlador da Revolution aparenta ser convenientemente simples e divertido.

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A guerra pelo mainstream atinge proporções ainda mais avultadas no campo das consolas portáteis, com a PSP da Sony e a DS da Nintendo a digladiarem-se por supremacia. Antes de atingir as prateleiras, a PSP, pela sua versatilidade a nível de multimédia e grafismo superior, parecia levar clara vantagem sobre uma DS especializada em jogos mais “feinhos”. O que quase ninguém esperava era que a Nintendo cativasse de forma tão eficaz não só o jogador casual como o numeroso (e por isso valiosíssimo) público feminino, graças a títulos como Nintendogs, Animal Crossing ou Mário Kart. Ao criar um pouco por todo o mundo hotspots que permitem aos utilizadores jogarem entre si gratuitamente e com um imediatismo quase ridículo, a Nintendo – à semelhança da Apple – garante ao cliente um serviço prático e competente.

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A Microsoft, por seu lado, esperou confortavelmente que a poeira assentasse e contra-ataca com o anúncio do lançamento do seu próprio gadget portátil, o Ultra Mobile PC (UMPC). O UMPC é basicamente um PC ainda mais pequeno do que um vulgar computador portátil, munido das mais variadas capacidades multimédia. Deverá ser lançado a um preço pouco acessível e dizem as más-línguas que as suas dimensões demasiado volumosas para transportar num bolso e o ávido consumo de energia o tornam num produto pouco viável. Mas assim que a empresa de Bill Gates contornar estas questões, o UMPC poderá tornar-se no tipo de aparelho adaptável às necessidades de qualquer um.

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Para já são a Nintendo, a Apple, e também a Sony os grandes impulsionadores da fusão entre as várias áreas de entretenimento, e consequentemente, entre diferentes tipos de públicos que parecem ter cada vez mais coisas em comum. Ao entenderem o que as pessoas procuram, estes fabricantes conseguem proporcionar recreação de alta qualidade e ao mesmo tempo ampliar a sua base de consumidores. No final, todos ficam a ganhar.

Gonçalo Brito

Nota: Este artigo de opinião foi originalmente publicado na revista Mega Score nº127 de Outubro de 2005.

Bem-vindos a 2009: quem disse que Janeiro é um mês parado?

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Ainda nem os confetis nem as serpentinas da passagem de ano haviam aterrado no chão, já a Ziff Davis estava a vender à concorrência, a Hearst (dona do  site de lyfestile digital UGO.com), a sua famosa rede 1UP (que incluía a revista EGM)  .

O negócio significou o cancelamento da revista EGM (Electronic Game Monthly) e o despedimento de mais de 30 pessoas. O sangue dos profissionais da indústria de videojogos – e de conteúdos em geral – continua a escorrer. E assim continuará até que o Online e o Papel reencontrem o seu lugar no mercado.

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A brincar com uma bomba… olha que ainda se magoam… tontos…

Mas nem tudo é mau.

A Apple vai finalmente comercializar no  iTunes músicas livres da maléfica protecção DRM, que tratava os compradores como uma espécie de criminosos.

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Mais depressa se apanha um criminoso…

A Maçã junta-se assim à filosofia de funcionamento de empresas como a Good Old Games, que vende por download jogos clássicos livres de qualquer protecção anti-paranóia pirataria (comprei-lhes recentemente a colecção Redneck Rampage). Uma salva de palmas para a macieira de Steve Jobs (Esteves Trabalhinhos aqui para o pessoal das Olaias).

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Bombom de achievment por teres lido até aqui »:-)

Continuando na senda das boas noticias, fica aqui o anúncio (à borla e sem DRM,  porque eu sou assim, um tipo castiço) de que o site FNintendo vai festejar o seu primeiro aninho de existência no bar Lounge (a minha terceira casa e segunda tasca, em LX). É já esta QUARTA-FEIRA, dia  14 de Janeiro, à noitinha, pela fresca. Detalhes aqui. Penso que falo por eles quando digo que os senhores da 1UP que começaram 2009 com o pé esquerdo estão todos convidados.

Deixo-vos de abaladiça com alguns números a negrito porque é uma atitude com imenso estilo e que manda uma granda pausa:

6 mil milhões de músicas vendidas no iTunes.

O  iTunes conta com cerca de 75 Milhões de contas criadas com cartões de crédito válidos.

3.4. Milhões de clientes visitam semanalmente as lojas Apple.

9.7. Mil computadores Mac foram vendidos o ano passado.

Nos últimos seis anos, cada música do iTunes foi vendida por cerca de 0.99 dólares. O novo preço de venda ao público será de 0.69 dólares.